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quarta-feira, 27 de abril de 2011

Pássaro Marron, 1001 e Águia Branca fazendo novos investimentos

Matéria publicada no Jornal Valor Econômico no dia 26 de abril de 2011 destaca os investimentos feitos pelas 3 empresas de transporte rodoviário de passageiros. 
Abaixo, a reportagem na íntegra:



Companhias de ônibus buscam inspiração em trens e aviões
Mesas já estão em 35 veículos da Pássaro Marron e a 1001 faz check-in antecipado
Valor Econômico - 26/4/2011
O expressivo crescimento do transporte aéreo de passageiros está fazendo com que as empresas de ônibus sofistiquem seus serviços para, ao menos, manter seus volumes de passageiros. Os números têm ficado estáveis nos últimos três anos, influenciados pela migração dos clientes para os aviões.
Enquanto em 2010 o fluxo de passageiros em voos domésticos cresceu 23,5%, impulsionado pela nova classe média, a quantidade de pessoas nas três principais rodoviárias de São Paulo (Tietê, Barra Funda e Jabaquara) passou de 30,3 milhões para 30,6 milhões de 2009 para 2010, apenas 1% mais, segundo a administradora Socicam.
A Pássaro Marron, com forte atuação no Vale do Paraíba, está pondo mesas para reuniões de negócios ou para apoiar o notebook, assim como as existentes em cabines de trens da Europa, em 35 ônibus da Airport Bus Service, serviço que liga os aeroportos de Congonhas e de Guarulhos e este último a diversos pontos de São Paulo.


"Nosso foco é o público executivo. Cada vez mais queremos levar o passageiro a se sentir no mesmo ambiente que o transporte aéreo", diz o diretor de transportes da Pássaro Marron, Miguel Petribu. Segundo ele, este ano serão aplicados R$ 33 milhões para renovar 20% da frota de 428 ônibus.
O executivo, de 53 anos, foi contratado há dois anos como parte do plano de profissionalização da Pássaro Marron, pertencente à família Penido. Ele trabalhou 18 anos em empresas aéreas de carga e pretende adotar outras ideias da aviação no transporte rodoviário.
A Auto Viação 1001 conquistou a liderança da "ponte rodoviária" entre o Rio e São Paulo, com 35% de mercado, ao oferecer facilidades como o totem de autoatendimento, muito parecidos com os equipamentos de check-in antecipado das aéreas, para quem compra a passagem pela internet. Com isso, a empresa está eliminando longas filas de clientes que tinham de ir ao guichê com documento com foto para retirar sua passagem.


"O setor aéreo está sempre atento à competição no trecho Rio-São Paulo, onde fazemos a maior questão de manter nossos números no nível que estão hoje", afirma o superintendente da 1001, Heinz W. Kumm Júnior.
Segundo o executivo, na comparação de 2010 com 2009, a empresa teve queda de 4% no volume de passageiros transportados entre as duas capitais por causa da concorrência com as empresas aéreas. Para 2011, ele acredita que vai recuperar a perda do ano passado. Seu faturamento em 2010 foi de R$ 387 milhões, ante R$ 334 milhões de 2009. Para 2011, a projeção é de expansão de 10%.
A 1001 investiu R$ 2 milhões para montar duas salas, batizadas de "net", uma na rodoviária do Tietê e outra na Novo Rio, no Rio de Janeiro. Cada uma consumiu R$ 1 milhão. Na capital paulista, são 17 totens e no terminal carioca, 10 equipamentos. Ao todo, a empresa tem cerca de 30 aparelhos e vai instalar mais 25 até o fim do ano. A companhia planeja desembolsar R$ 82 milhões para comprar 180 ônibus, principalmente para linhas dentro do Estado do Rio.
Assim como a 1001 está fazendo com os totens, a Pássaro Marron estuda agilizar o embarque nos ônibus por meio de biometria (como leitura de digitais) para eliminar as filas para quem compra a passagem via internet. Esse projeto deverá ser implementado em 2012. Como há incidência de ICMS nas passagens, o que não ocorre com os bilhetes aéreos, as empresas têm de emitir um cupom fiscal para quem faz a compra on-line.
A Viação Águia Branca também estuda como seu passageiro poderá comprar o bilhete pela internet e embarcar no ônibus sem passar pelo guichê na rodoviária. A empresa já usa uma estratégia típica das aéreas: desconto de até 30% em dias e horários de menor movimento para quem compra com antecedência. Pássaro Marrom e 1001 estudam ainda implementar programas de fidelidade.
"Há poucos anos o Brasil só tinha o modal rodoviário. Hoje, com o crescimento da aviação regional, o setor aéreo está ocupando um espaço que é dele", diz a diretora de comercial e de marketing da Viação Águia Branca, Paula Correa.


A Viação Águia Branca faturou R$ 258 milhões em 2010, ante R$ 240 milhões no ano anterior. Para 2011, Paula estima crescimento de 5% e 11,2 milhões de pessoas transportadas, frente às 11,06 milhões de 2010.

Fonte: Valor Econômico